“Um café com…” Nuno França, Director de Logística, Revigrés

Empack e Logistics & Automation Porto: Fale-nos de si e do seu percurso na Revigrés. Como é o dia-a-dia do director logístico nesta empresa?

Nuno França – A Revigrés é uma marca que produz e comercializa soluções cerâmicas para o conforto dos edifícios.
A aposta clara na inovação e em soluções que vão de encontro às necessidades do mercado, foi necessário diversificar a gama em largura e profundidade. Todo este trajecto, obriga a uma gestão mais cuidada desde o planeamento, gestão de materiais, producto acabado e entrega aos clientes.
Com o aumento da complexidade, é necessário manter o negócio com a mesma informação fidedigna e atempada, para isso a logística faz de elemento agregador entre os diferentes elos da cadeia para que o nível de serviço definido e os resultados sejam atingidos como equipa.
A logística vai continuar a pautar a sua atuação em gerar equilíbrios dentro e fora da organização para que o objetivo seja cumprido, a nossa missão é sempre serviço e foco no cliente, sem esquecer a racionalização dos custos.

A gestão diária é coordenar todos os elos internos e externos da cadeia, para que todos os fluxos sejam mantidos ou criar acções para os que diminuíram a velocidade ou pararam.
As equipas começam o dia com os dados obtidos da operação, dificuldades para a operação do dia e ponto de situação das ações, de forma a ser uma equipa coesa, polivalente e com foco no cliente

E.L.Porto: Em que projectos estão a trabalhar atualmente de um ponto de vista logístico e de produção? Onde têm o foco neste momento?

Nuno França – Neste preciso momento estamos a trabalhar num projecto de visão futura para a logística.

É um projecto que toca todas as áreas de atuação das logística e restantes áreas do negócio e com uma duração prevista de 2 anos.

É um projecto com uma vertente de sistema de apoio e redesenho operacional, a nossa visão foi optimizar operacionalmente e de seguida suportado pelo uso de tecnologia automatizar os processos.

A primeira área e com a maior duração é o redesenho do armazém, através da alocação dos produtos de acordo com as necessidades do mercado e também facilitar o acesso a estes para as operações subsequentes.
Os passos seguintes serão a optimização dos processos administrativos, e garantir que estes processos sejam o mais standard possível e com isso ir permitir a polivalência de funções, e com isso as entradas, abastecimentos, expedições, e todos os processos administrativos ficam mais robustos e com um serviço polivalente.
A integração de sistemas será também um projecto subsequente para reduzir todo o trabalho de marcação, confirmação, recepção e processos associados, para que o tempo de resposta seja mais rápido, e com menor esforço por parte de toda a equipa.

E.L.Porto: Relativamente à sustentabilidade, têm algum plano a médio/longo prazo para tornar o processo de produção, armazenamento e transporte mais eficientes?

Nuno França – A indústria cerâmica consome energia e água no seu processo produtivo.

Sendo um processo produtivo que utiliza a água para a preparação das suas matérias primas, é necessário de seguida retirar essa água do producto intermédio, com recurso a energia. 
O projecto visa tornar todo este processo mais sustentável e estudar e desenvolver processos distintos.

O foco da nossa actuação nos próximos tempos está nestas duas áreas, de forma a racionalizar o consumo, ou reutilizar ao máximo de acordo com a fonte.

E.L.Porto: Por último, de que forma, desde o seu ponto de vista e experiência, vê a evolução do sector logístico nos próximos anos?

Nuno França – Os negócios são um risco, daí que a sua gestão tem de constantemente avaliar as mudanças no contexto interno e principalmente externo. Actualmente e com o tsunami de notícias pouco animadoras, devido aos aumentos generalizados ainda se torna mais premente perceber toda a envolvente.

Acredito que a logística tem um papel fundamental neste processo dado que gere todos os fluxos ao longo da cadeia e consegue captar os sinais desde o fornecedor até ao cliente.
Os custos vão estar sempre na agenda e independentemente da posição da cadeia que estamos, e em que cadeia especifica estamos o ADN é sempre o mesmo, ter muito cuidado com os custos.

Acredito que num futuro próximo além de nos preocuparmos com todos os projectos de racionalização internos, as empresas precisam de seguir o caminho da cooperação.
Cooperação ao longo da cadeia, com informação partilhada, custos e ganhos partilhados e melhoria da visibilidade que como é sabido reduz a complexidade e logo melhora o fluxo e o serviço.

Cooperação de agentes económicos na internacionalização ou exportação dos sues produtos e serviços, de forma a que juntos possamos atingir a escala necessária para atingir de uma forma mais eficiente os objetivos noutros países, lutando com a concorrência de outros países que concorrem connosco ou por localização ou por preço.

Na minha opinião estes serão os pontos que considero mais importantes para o curto prazo, que irão estar na agenda para colmatar ou diminuição de oferta de productos e serviços e também racionalizar para competir.

Colecção crómatica e Showroom Revigrés em Águeda