Um café com… Luísa Magalhães – Directora Executiva da ASWP

Empack e Logistics & Automation Porto: Fale-nos de si e do seu percurso na Associação Smart Waste Portugal (ASWP). Como é o dia-a-dia de uma Directora Executiva?
Luísa Magalhães:
Sou licenciada em Engenharia do Ambiente e já trabalhei no setor privado, em consultadoria na área da inovação e projetos e, em seguida, no setor público, ligada ao Município de Lisboa, tanto na Câmara Municipal, como numa agência municipal, colaborando na área dos resíduos e energia. Agora trabalho no setor Associativo, trabalhar desempenhando funções na ASWP desde setembro de 2016, entidade com cerca de 150 associados, que pretende promover a temática da economia circular, o que é um desafio constante todos os dias. O trabalho na ASWP passa por acompanhar esta temática em termos nacionais e internacionais, pelo contacto com os associados, por forma aapoiar nas suas principais necessidades, por promover parcerias, por estimular a educação nesta área, bem como a inovação. O interessante deste trabalho é a diversidade de áreas e de cadeias de valor que vamos abordando, desde a construção, plástico, vidro, papel, desperdício alimentar, equipamentos elétricos e eletrónicos, resíduos, entre outras.
Empack e Logistics & Automation Porto: Qual é a visão e a missão da ASWP?
Luísa Magalhães:
A visão da ASWP é posicionar-se como uma entidade estratégica e de referência nas temáticas da economia circular, sendo reconhecida na conjuntura nacional e internacional, como dinamizadora da circularidade em diferentes áreas.
Por sua vez, a missão da ASWP passa por envolver todos os agentes do setor, potenciando e valorizando o resíduo como um recurso económico e social, e criando condições para uma maior capacidade de reação a novos fatores nacionais e internacionais de uma forma competitiva, atuando em toda a cadeia de valor através de uma estratégia colaborativa, promovendo inovação, investigação, desenvolvimento e implementação de soluções.
No ano de 2022, a Associação ultrapassou os 145 Associados, sendo esta rede um fator determinante na estratégia colaborativa para a circularidade.
Empack e Logistics & Automation Porto: Na sua opinião e com base nos estudos feitos pela ASWP, qual a perspetiva e futuro da Economia Circular com respeito à Relevância e Impacto da Indústria de Resíduos em Portugal?
Luísa Magalhães:
A economia circular tem vindo, cada vez mais, a ser mencionada nas mais diversas estratégias europeias e nacionais, como são exemplo a Convenção Quadro das Nações Unidas, a Agenda 2030, o Acordo de Paris, o Plano de Ação para a Economia Circular e o Pacto Ecológico Europeu. Estas indicam a economia circular como um dos temas mais perspetivados para o apoio à descarbonização da indústria, à valorização dos recursos e à (re)organização do sistema económico vivenciado atualmente.
A ASWP considera que, apesar das entidades já começarem a estar consciencializadas para estes temas, começam a ter consciência da importancia de tratar o resíduo como um recurso, mas há ainda muito trabalho a fazer, pois os números oficiais relativos à circularidade ainda se encontram muito baixos. Apesar de serem inúmeros os benefícios que a economia circular oferece, a economia global está classificada como apenas 7,2% circular, e a nacional como 2,2%, o que demonstra a necessidade de se trabalhar mais a nível regulamentar, na criação de incentivos fiscais, estimular a inovação, a educação e o envolvimento de toda a sociedade e as entidades de diferentes cadeias de valor, juntamente com o setor dos resíduos, rumo a uma maior circularidade.
Empack e Logistics & Automation Porto: De que forma/s é que as empresas podem assumir um compromisso com a sustentabilidade e maximizar o seu aproveitamento económico, diminuindo a necessidade de extração de recursos e os seus impactos ambientais negativos associados?
Luísa Magalhães:
A economia circular poderá ser a resposta para muitas empresas, pois é um caminho para a Sustentabilidade. Este modelo económico ultrapassa o âmbito e foco estrito das ações de gestão de resíduos e de reciclagem, visando uma ação mais ampla, desde o redesenho de processos, produtos e novos modelos de negócio, até à otimização da utilização de recursos. Visa, assim, o desenvolvimento de novos produtos e serviços que sejam economicamente viáveis, socialmente inclusivos e ecologicamente eficientes. Através da promoção de estratégias de circularidade as empresas assumem assim um compromisso com a sustentabilidade, estimulando assim a dissociação entre o crescimento económico, do aumento da produção de resíduos e do consumo de recursos, reduzindo os impactes no ambiente.
Em Portugal, a economia circular tem merecido destaque e começa a ser vista como uma oportunidade e um fator diferenciador para as empresas, podendo mesmo ter a si associado um grande potencial de negócio, reduzindo custos com o tratamento de resíduos, valorizando-os e mantendo-os em circulação e promovendo a reutilização e reincorporação de recursos alternativos às matérias-primas virgens.
Empack e Logistics & Automation Porto: Está particularmente entusiasmada com algum projeto ou iniciativa recentemente desenvolvida pela ASWP?
Luísa Magalhães:
Desde a sua fundação, em 2015, que a ASWP tem vindo a afirmar-se como uma entidade de referência crescente no contexto nacional, no processo de transição para uma economia circular. Para tal, promove sinergias e colaboração, ativa a geração de novos negócios baseados na circularidade, cria escala, apresenta tomadas de posição, é um parceiro da tutela, produz conhecimento e informação, estimula a inovação e investigação e dinamiza vários Grupos de Trabalho. Destaco assim duas iniciativas colaborativas que estamos a coordenar: o Pacto Português para os Plásticos e a Plataforma Vidro+, que reúnem a cadeia de valor do setor das embalagens destes materiais, a academia, as associações e entidades governativas, com o objetivo de, através de objetivos definidos, promover a circularidade das embalagens de plástico e de vidro, respetivamente. Realço também a plataforma online myWaste, que foi lançada em 2022, a qual funciona como um marketplace de doação/venda de resíduos, subprodutos e materiais classificados como fim de estatuto de resíduos (FER), passíveis de serem valorizados, que se encontra a ser utilizada por diversas entidades e que pretende promover a circularidade na gestão de recursos.
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